quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Filha

Entro na Fnac, me dirijo à seção de livros, estante de poesia brasileira, e me deparo com uma cena inusitada: uma menina de uns 11 anos, deitada, com um monte de volumes abertos ao seu redor, ao lado de um cara franzino que, de relance, julguei ser um amiguinho, mas depois descubro que era o pai. Dou uma olhada nos livros espalhados e qual não é a minha surpresa: Cecília Meireles, uma Cora Coralina e até um glorioso Manoel de Barros! Mas o melhor vem depois. A menina, decidida, mostra a capa ao sujeito meio fracote e roga: "Pai, compra esse?". Era um do Quintana. E o cara responde: "Filha, o pai já comprou muitos livros para você hoje, não é?". Ela parece concordar, mas emenda: "E quando é que a gente vai a uma livraria de novo?". E o magrelo: "No fim de semana a gente vai na Cultura". A garotinha, como quem assina um contrato, encerra: "Então tá".

Eu, que pude levar um Quintana, pensei:
"Ainda vou ter uma dessas".

6 comentários:

Paulo de Tarso disse...

seu blog tá demais, manolo! Leitores antenados (se é que vc me entende) e histórias muito boas.

Paulo Rená da Silva Santarém disse...

Se fosse um menino, ia ser um nerd; é uma menina, fica uma "graça". Hehehhe

Anônimo disse...

Ôw, querido. Se depender de gostar do Quintana, de gostar de comprar e de gostar de vc, ate me candidato. ;)

Paulo Rená da Silva Santarém disse...

Ooooopa

Ana Aitak disse...

vim, li, gostei.(muito bom mesmo)
inté.

Anônimo disse...

Um menina!!! Adorei a idéia....