sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Sexo frágil

"A mesma mulher que chora por ter batido o carro é capaz de estraçalhar um coração sem derramar uma lágrima."

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Presente de grego

Ah, as Olimpíadas! A cada quatro anos, é a mesma festa: abertura deslumbrante; matérias sobre a união dos povos; musas que só são musas entre Edinancis, Martas e as donzelas do halterofilismo; russos dopados; a queda do império americano; o discurso empolgado dos remadores, ciclistas, esgrimistas, atiradores e mesatenistas brasileiros – felizes por terem superado por uma posição o 28º lugar dos Jogos passados –; a marra da Juliana Veloso; as riquezas culturais do país-sede; os inúmeros e saudáveis bronzes do nosso país tropical; o povo brasileiro mais preocupado em saber se o Corinthians ganhou do Bambala ou se o Flamengo vai mesmo contratar o Zé das Couves – que está ganhando bem no Chipre, mas é rubro-negro desde criança –; os caras do basquete e a Rebeca Bombão vendo tudo pela TV; ex-atletas, alguns ainda em atividade, comentando na Globo; o handebol disputando o título de esporte mais chato do mundo com o hóquei sobre grama e o softbol; a imprensa dizendo que, dessa vez, é capaz de sair o inédito ouro do futebol; o vôlei feminino derrotado no tie break depois de estar vencendo por 2 sets a 0 e 24 a 11 na terceira etapa; e as inúmeras, variadas, multicoloridas, inesperadas e unissex amareladas do Brasil em todas as modalidades. Eu gosto demais, assumo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Lei seca

Acordo animado para o churrasco de comemoração da formatura de uma amiga. Dia limpo, irmãos arrumados, rumamos para o clube. A churrasqueira, próxima ao Lago Paranoá, cintila alegria. Dá para ver de longe: cada pessoa realmente feliz por estar ali. Logo, chegam mais bons amigos. A fartura gastronômica completa a cena. Envoltos pela claridade, conversamos sem arreios e bebemos e comemos sem contradições. Alguém sugere uma pelada. Dentro do ginásio, a intimidade se amplia. Corremos uns pelos outros os cansaços e exageramos as broncas. Perco um gol com rara categoria. E saímos exaustos, prontos para a cerveja que nos espera. Estendemos as conversas até o anoitecer. E tudo termina em gentilezas. Mas a cena mais marcante da longa festa é esta que não me esqueço: quatro marmanjos, barbados, cujas idades somadas ultrapassam os 100 anos, cada um com sua habilitação, cada um com sua dose de alcóol nas veias, todos impedidos de dirigir, esperando meu pai, que já não tem filhos adolescentes há um bom tempo, buscar-nos.

domingo, 3 de agosto de 2008

Agora que eu sou um deles...

Não é lirismo o sonho de mudar o mundo na boca
dos estudantes de direito.
Será auto-ajuda frases de efeito dez coisas
para alegrar seu dia agenda de pensamentos
a ética de legislar em causa própria currículo, enfim...

Antes a compaixão ao ofensor
e nunca a vingança dos injustiçados.